FEDERAÇÃO NACIONAL DOS RADIALISTAS - Vitória (ES) - novembro de 2013
Radialistas presentes ao II Encontro Nacional de trabalhadoras e trabalhadores de Rádios e TVs Públicas realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2013, em Vitória (ES), com a participação de 15 estados brasileiros e o Distrito Federal, após um aprofundado debate sobre a situação e os problemas enfrentado pelos radialistas nas emissoras públicas, reafirmamos nossa mobilização e organização para que tenhamos de fato avanços que garantam nossa valorização profissional e investimentos públicos nestas emissoras.
Entendemos que somos parte essencial desta engrenagem poderosa chamada comunicação pública e que pelo seu perfil de entidade sem fins lucrativos deve veicular programas diversos e de conteúdo cultural, informativo e educativo; respeitando em sua integralidade as garantias e conquistas trabalhistas asseguradas a seus profissionais.
Neste II encontro nos deparamos com todas as dificuldades no que diz respeito às condições de trabalho (equipamentos sucateados, falta de investimento por parte do governo nas emissoras públicas) e no total desrespeito aos profissionais que colocam no ar estas emissoras (salários irrisórios e nenhuma perspectiva de melhora).
Assim, defendemos uma política de estado para a comunicação pública brasileira.
Sabemos que existe um lobby muito grande das emissoras comerciais, cujos proprietários – ou são detentores de mandatos públicos ou patrocinam políticos “ainda que de forma velada” – e estes, na contrapartida dessa barganha, acabam por levar todo o bolo dos investimentos estatal em publicidade deixando as emissoras públicas à míngua.
Defendemos o projeto de lei de iniciativa popular que visa à democratização das comunicações acabando de vez com a concentração dos meios. A legislação deve atender os interesses do povo brasileiro e o fortalecimento das emissoras públicas de radiodifusão que prestam importantíssimo serviço à nação por meio de suas programações.
Nesse II encontro, reafirmamos a condição inegociável de exigirmos todos os nossos direitos, não só enquanto trabalhadores como também cidadãos que somos de podermos exercer nosso ofício com dignidade e produzir material de qualidade, em pé de igualdade com as grandes empresas de comunicação do país.
Declaramos nosso total e irrestrito apoio a greve dos companheiros da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que pelo seu grau de envolvimento e mobilização obtiveram resultados importantes para seus trabalhadores.
Nesse contexto adverso, entendemos que não podemos recuar e que lutaremos incansavelmente por um plano para emissoras públicas conforme referendado pelos delegados presentes na cidade de Vitória (ES).